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O presente artigo tem como objetivo analisar como o filósofo italiano Giorgio Agamben trabalha a noção de vida, refletindo sobre a exclusão da vida nua na política ocidental, o vínculo oculto que sempre ligou a vida nua ao poder soberano. A partir da distinção entre zoé e bíos que, em diálogo com Hannah Arendt, Agamben considera ser a cisão biopolítica originária, o autor investiga a natureza do poder soberano na sociedade moderna e contemporânea a partir do entendimento de que a política se tornou biopolítica, levando em consideração a conceituação e a gravidade das consequências do estado de exceção. Na observação dos cenários das guerras do século XX, com destaque para os campos de concentração, que fizeram com que a humanidade presenciasse o exercício de um poder reinante, de intensidade desmedida, proporciona-se a reflexão sobre o exercício e o alcance do poder que faz com que os indivíduos vivam sob o jugo da lei, além de questionar as condições de possibilidade da exclusão dessas vidas, para que o relacionamento entre lei e vida seja repensado. |