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No dia 19 de abril de 1959, em uma cerimônia conduzida pelo governador Leonel Brizola sobre a Ponte do Guaíba, foi realizada a troca de nome da recém inaugurada Travessia Régis Bittencourt. Este nome, até então, homenageava o diretor do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), Engenheiro Edmundo Régis Bittencourt, e traduzia o grande capital simbólico do campo técnico naquele momento. No entanto, o governador trabalhista (e também engenheiro) Leonel Brizola -eleito seis meses antes, em outubro de 1958 -prometera durante sua campanha rebatizar a obra como Travessia Getúlio Vargas, em homenagem a seu mentor político e expoente maior do trabalhismo brasileiro. Não por acaso, a data escolhida para a troca de nome foi o dia de nascimento do ex-presidente, simbolizando a vitalidade de seu legado, já que Vargas estava morto desde 1954. Contudo, o novo nome da Travessia jamais veio a ser oficializado, pois a obra havia sido construída com recursos do governo federal, que jamais reconheceu o ato do governador Leonel Brizola. Os significados simbólicos deste episódio são analisados a partir dos debates na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e sob os conceitos de “campo” e de “lutas simbólicas” do sociólogo francês Pierre Bourdieu. Em nossa interpretação, consideramos que dois “campos” principais entraram em disputa: o campo técnico e o campo partidário, havendo, concomitantemente, a luta simbólica interna no campo político entre os trabalhistas e os partidários do Partido Social Democrático. |