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O presente artigo visa analisar o processo de construção das estratégias identitárias e de ação política do Movimento Negro no Brasil contemporâneo. A atuação do Movimento provocou, a partir do final dos anos 70, uma rediscussão da identidade nacional e um processo de ressignificação identitária. Nos anos 90 mudanças ocorreram no interior do Movimento Negro, que, através do diálogo com o Estado brasileiro, teve sua agenda política alçada à esfera pública. Contudo, enfatiza-se que é no contexto da participação do Movimento na Conferência Mundial contra o Racismo da ONU, realizada em Durban, na África do Sul, em 2001, que o antirracismo e a “questão racial” sofrem mudanças profundas no Brasil. No contexto pós-Durban, as “ações afirmativas” tornam-se a principal bandeira do Movimento Negro, que, paralelamente a um processo de diferenciação interna, tem seu discurso político-identitário transnacionalizado, através do deslocamento de uma identidade nacional para uma identidade étnica. |