RECUPERAÇÃO DE SANGUE INTRAOPERATÓRIO AUTÓLOGO NO TRANSPLANTE HEPÁTICO

Autor: SD Vieira, FCV Perini, S Castilho, VLR Pessoa, F Akil, LFF Dalmazzo
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S749-S750 (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.1358
Popis: A cirurgia hepática, incluindo transplante e ressecção hepática, é tecnicamente desafiadora devido à anatomia regional complexa e variável e ao rico suprimento sanguíneo hepático.A pressão portal elevada, o aumento da circulação colateral e a circulação esplênica hiperdinâmica, dilatada e de paredes finas contribuem para um risco aumentado de hemorragia durante o Transplante Hepático (TH). Ao longo do tempo,houve enorme melhorias nas técnicas cirúrgicase um crescente de estratégicas restritivas de transfusão de sangue. Apesar disso, a perda sanguínea intraoperatória que requer transfusão alogênica de Concentrado de Hemácias (RBC) continua sendo uma consideração clínica importante.As taxas de transfusão perioperatória de hemácias alogênicas são variáveis, mas permanecem elevadas em pacientes submetidos a transplante hepático (50,5%–62,6%). Essas hemácias, além dos riscos transfusionais já bem descritos, podem em particular, prejudicar a função imune de pacientes com tumor, o que pode aumentar o risco de infecções pós-operatórias, prolongar o tempo de internaçãoe, em casos graves, até resultar em morte. Por isso, as transfusões de sangue autólogos estão cada vez mais frequentese a recuperação intraoperatória, a técnica mais segura e eficaz. Objetivo: Avaliar a eficácia e rendimento da recuperação de sangue autólogo intraoperatório e consequentemente, diminuir o número de transfusões e as possíveis reações do sangue alogênico. Metodologia: Estudo observacional, descritivo de corte transversal, ondeforam avaliados 24 pacientes, no período de junho a dezembro de 2022, que utilizaram a recuperadora de sangue autólogo (Sorin – XTRA), durante o transplante hepático.Como critério de exclusão, foi excluído 1 paciente (4,1%), onde o sangramento foi mínimo, insuficiente para o processamento do bowl programado.Os programas utilizados nos bowls (125 e 225 mL) foram no protocolo “GSH”, validados internamente. Resultados: A idade média foi de 54 anos (2/90) e o peso de 77,4 Kg (10/109), não havendo diferença significativa em relação ao sexo.O volume total de Concentrado de Hemácias (CH) recuperados foi de 12.090 mL (159/1447),que equivale a 30,9 bolsas autólogas, sendo em média de 525,6 mL/paciente, correspondendo a 1,35 unidades de CH autólogo. A média dos tempos de cirurgia, foram de 6:08hs. Em relação ao uso de sangue alogênico, 12 pacientes (52,1%) utilizaram CH no centro cirúrgico, com 2 intercorrências. Houve a necessidade de uma reabordagem cirúrgica, devido a sangramento excessivo, com grande recuperação de CH autólogo(1.141 mL). Ocorreram 3 óbitos (13%) e 6 pacientes (26%) utilizaram apenas o seu próprio sangue recuperado durante toda a sua internação. Conclusão: A recuperação de sangue autólogo no transplante hepático, minimiza a perda de sangue intraoperatória e reduz as transfusões de hemácias alogênicas e suas possíveis complicações. É uma prioridade recentemente destacada pela estratégia de gerenciamento de sangue do paciente (PBM) da Organização Mundial da Saúde.
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