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A intenção deste texto é mostrar que por muito tempo, o negro vindo da África escravizado e os afrodescendentes nascidos no Brasil e no mundo foram adestrados para uma normatização que tentou a todo custo condicioná-los à cultura do colonizador (concilio de Trento 1546 a 1563), sem levar em consideração a sua própria cultura, postas a força, através do chicote e da repressão escravistas, amplamente apoiada com o auxílio moralista da igreja e, mais tarde, quando tem acesso a escola formal esta cultura vai ser imposta através de uma espécie de catequismo didático curricular que, sem dúvida, vai ser um dos vários desserviços a nossa tolerância, respeito e aceitação da diferença e que vem a gerar, até os dias atuais atos de características machista, sexista e preconceituosa, promovendo até doenças Foucault (2006). Desta maneira, nossa problemática é como adequar o currículo para nos livrarmos ou diminuirmos estas mazelas. Pra tal empreitada trilharemos o seguinte caminho: Primeiro explicar o paradigma da cientificidade e como ele não dá conta das ciências humanas Kuhn (2016), Figueiredo (1995) e nem dos currículos na pós-modernidade Doll Jr.(1997) Macedo (2000). Mostrar porque o corpo afrodescendente deve ser educado, a partir de um currículo onde apareça a sua cultura Macedo (2000), Geertz (2013), Laraia (2004) e a cultura do outro com o qual se convive uma vez, que a cultura é semiótica e apresenta-se e significa-se de diversas facetas e, ainda, aquele que a estuda (o etnólogo) a interpreta e descreve alisando as diversas intenções simbólicas contidas na mesma. Procurar propor um currículo que tenha como base a cultura afrodescendente apoiada na mitologia ancestral dos orixás Prandi (2001), Verger (1997) e em textos de letras de músicas da MPB que versam sobre sexualidade. PALAVRAS-CHAVE: sexualidade, currículo, cultura, afrodescendente. |