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Introdução: A Doença de Chagas (DC) é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, e ocorre pelo contato com as fezes de insetos triatomíneos contaminados, hemotransfusão e por vias oral e transplacentária. A DC está associada à precarização das habitações e à carência de atendimento médico nas áreas endêmicas. Apesar de a redução nos últimos anos, o Brasil ainda se apresenta como o terceiro país de maior incidência da DC. Por isso, em 2020 a DC foi incluída na Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, pois permanece sendo uma enfermidade negligenciada, com grande parcela populacional vivendo com formas crônicas da doença. Objetivo: Baseado nessas informações, o objetivo do trabalho foi analisar o perfil epidemiológico da DC no Brasil no período de 2013 a 2023. Método: Trata-se de estudo descritivo, do tipo epidemiológico. Para tanto, os dados foram coletados através do Sistema de Informação Hospitalar do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), referentes às internações e óbitos, no território nacional, entre 2013 e 2023. Foram utilizadas as variáreis: faixa etária, sexo e cor/raça dos indivíduos. Resultados: Foram notificadas 6.354 internações por DC. Em relação às regiões brasileiras, a que apresentou o maior percentual foi a Sudeste (39,16%), seguida por Nordeste (26,67%), Centro-Oeste (16,24%), Norte (10,78%) e Sul (5,28%). O pico de internações concentrou-se em 2019 (11,07%), ao passo que o ano com menor número de internações foi 2020 (7,41%). No que se refere aos óbitos, foram notificados 718 no período analisado, sendo que o maior número ocorreu em 2023, com 88 óbitos. A relação entre os números de óbitos e de internações correspondeu a 11,25 óbitos a cada 100 internações. Houve maior prevalência no sexo masculino, atingindo 3.303 internações e 363 óbitos. Acerca da variável raça/cor, concluiu-se que os pardos foram os mais atingidos pela DC (42,54%), seguidos por brancos (24,34%), pretos (4,59%), amarelos (1,47%) e indígenas (0,01%). Sobre a distribuição por grupo etário, há prevalência de internações na população de 60 a 79 anos (43,38%) e de óbitos na faixa etária entre 70 a 79 anos (29,21%). Conclusão: Portanto, a partir do conhecimento acerca dos dados epidemiológicos sobre a DC, e considerando as realidades socioassistenciais dos diferentes territórios brasileiros, é possível planejar e implementar políticas públicas que visem a prevenção e o tratamento precoce dos grupos mais vulneráveis. |