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Objetivos: O objetivo deste trabalho é descrever o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com mieloma múltiplo (MM) ou outras neoplasias malignas de plasmócitos, na região Sudeste do Brasil nos últimos 10 anos. Dados de base populacional são relevantes para entendimento do perfil epidemiológico dessas doenças, para elaboração de intervenções de saúde direcionadas. Material e métodos: Estudo ecológico, realizado em maio de 2024, utilizando dados públicos referentes aos diagnósticos de MM e outras neoplasias malignas de plasmócitos na região Sudeste do Brasil, por local de residência, entre os anos de 2014 a 2023. Os dados públicos foram obtidos do Painel de Oncologia Brasil do Sistema Único de Saúde (SUS), e as variáveis selecionadas foram: sexo, faixa etária, diagnóstico detalhado, e residência na região Sudeste. Não foi necessária a submissão ao Comite de Ética e Pesquisa pois são dados de acesso publico. O programa Microsoft Excel foi utilizado para tabulação dos dados e cálculos realizados. Resultados: Ao todo foram 15614 casos diagnosticados de MM ou outras neoplasias malignas de plasmócitos entre 2014 e 2023 na região Sudeste do Brasil, sendo 8158 (52,3%) no sexo masculino, e 7456 (47,7%) no sexo feminino. A faixa etária com mais casos no sexo masculino foi a de 60 a 64 anos (16,4%), e no sexo feminino foi entre 65 a 69 anos (17,6%). De 2014 a 2023, foram registrados, respectivamente: 1133 (7,1%), 1161 (7,4%), 1144 (7,3%), 1195 (7,7%), 1391 (8,9%), 1655 (10,6%), 1606 (10,3%), 1847 (11,8%), 2480 (15,9%), 2002 (12,8%), casos na região Sudeste, sendo 2022 o ano com maior número de casos registrados em ambos os sexos. De 2014 a 2017, a faixa etária com maior número de casos foi de 60 a 64 anos, porém, exceto por 2020, nos anos seguintes a faixa etária com maior número de casos foi a de 65 a 69 anos. Exceto em 2016, 2020 e 2021, foi observado aumento no número de casos em todos os anos estudados. Discussão: As neoplasias malignas de plasmócitos são doenças hematológicas caracterizadas pela proliferação descontrolada e malignização das células plasmáticas. Além do MM, outras neoplasias malignas de plasmócitos incluem o linfoma de células plasmáticas e a Doença de Waldenström. O MM é responsável por cerca de 10% das malignidades hematológicas. Segundo a literatura, homens são mais afetados do que mulheres, o que corrobora com os dados encontrados neste trabalho. Quanto à idade do diagnóstico, dados do ano de 2022 do Observatório de Oncologia apontaram uma mediana de 63 anos no Brasil, já neste trabalho, a mediana foi entre 65 a 69 anos. Cabe ressaltar que o Painel de Oncologia Brasil do SUS não separa o MM de outras neoplasias malignas de plasmócitos, o que pode ter influenciado nesses resultados. Conclusão: Observou-se aumento no número de casos diagnosticados de MM ou outras neoplasias malignas de plasmócitos na região Sudeste do Brasil na maioria dos anos estudados, sendo o ano de 2022 com maior número de casos diagnosticados, predominantemente no sexo masculino. Quanto à faixa etária, a com maior número de casos foi em pacientes de 60 a 64 anos até 2017, com uma tendência a mudança para 65 a 69 anos nos anos seguintes. Os dados encontrados corroboram com a literatura, e reforçam a necessidade de estratégias de saúde pública direcionadas para perfil epidemiológico mais acometido pelo MM e outras neoplasias malignas de plasmócitos na região Sudeste do Brasil. |