Práticas associadas à violência obstétrica no parto vaginal: estudo de base populacional em município do Sul do Brasil

Autor: Michele Avila Branco, Rodrigo Dalke Meucci, Simone dos Santos Paludo
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Cadernos de Saúde Coletiva, Vol 32, Iss 2 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1414-462X
1414-462x
DOI: 10.1590/1414-462x202432020020
Popis: Resumo Introdução: Muitas mulheres no mundo inteiro são vítimas de abusos, desrespeitos e maus-tratos durante o parto nas instituições de saúde, o que caracteriza a violência obstétrica. Objetivo: Investigar a prevalência de práticas associadas à violência obstétrica e sua distribuição nas parturientes residentes em Rio Grande (RS), Brasil. Método: Estudo transversal, de base populacional, inserido no Inquérito Perinatal do município. Foi aplicado um questionário a 1.226 parturientes, submetidas ao parto vaginal hospitalar entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2016. As análises foram feitas no software STATA 14.0 e utilizou-se o Teste Exato de Fisher para comparar proporções. Resultados: O exame de toque (68,3%), a episiotomia (41,3%), o uso de medicamento (33,8%), a amniotomia (30,2%) e a manobra de Kristeller (23,1%) foram as práticas com maior prevalência. Outras menos frequentes foram a falta de informação (8,8%), o jejum (7,6%), o desrespeito (5,8%), a posição supina (3,3%), a tricotomia (2,0%) e o enema (1,4%). Quando agrupadas de acordo com a gravidade, 50,9% das mulheres relataram sofrer práticas mais severas, aumentando conforme diminuição da idade (67,2%), maior escolaridade (58,4%), primíparas (69,8%) e com pagamento privado da internação (72,9%). Apenas 2,6% das mulheres se reconhecem como vítimas de qualquer violência. Conclusão: O enfrentamento da violência obstétrica exige o empenho de todos os envolvidos na assistência ao parto, inclusive das parturientes, a fim de garantir um ambiente mais seguro e acolhedor para o nascimento.
Databáze: Directory of Open Access Journals