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A partir de um prisma comparatista, o presente estudo visa propor um diálogo entre as obras a máquina de fazer espanhóis (2011), de Valter Hugo Mãe, e K.: relato de uma busca (2016), de Bernardo Kucinski. Tanto o salazarismo quanto a ditadura militar brasileira (guardadas as devidas diferenças e respectivos contextos históricos) podem ser lidos, metaforicamente, como grandes males, que afetaram de modo cabal o corpo social português e o brasileiro. Os protagonistas dos dois romances, cada qual a seu modo, reagem de maneira distinta às pressões alienantes daquele “grande mal” elucidado por Hannah Arendt em Origens do totalitarismo (2012), vivenciando na própria pele o aguilhão da culpa, nos termos propostos por Elias Canetti em Massa e poder (1995). |