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RESUMO Crianças com deficiência múltipla sensorial podem não desenvolver a linguagem de forma efetiva, pois a combinação de deficiências tende a reduzir a participação em seu meio e prejudicar o desenvolvimento da linguagem. O objetivo desta pesquisa foi analisar os processos interacionais, ou seja, os comportamentos de atenção (atenção à pessoa, atenção ao objeto e atenção conjunta) e comunicativos, entre uma aluna com deficiência múltipla sensorial (4 anos e 6 meses de idade) e sua professora, especializada na área da surdocegueira e deficiência múltipla sensorial. Os dados foram coletados durante atividades em sala de aula, por meio de observação participante e de gravações audiovisuais da interação/díade, e analisados com auxilio do programa ATLAS.TI. Os resultados apontaram que a aluna apresentou atenção ao objeto, em atividades que envolveram música e ritmo. Como potencial forma de comunicação não verbal, observou-se olhar, movimentos corporais e vocalização. As formas de comunicação da professora foram verbal, toque, visual, auditiva (ritmo) e sinais de Língua Brasileira de Sinais. A aluna apresentou potenciais trocas de turnos apenas quando a ação foi iniciada pela professora. A qualidade das atividades, os materiais utilizados e a participação mostraram ter impacto sobre os níveis de atenção e comunicação. Mais pesquisas devem considerar esses resultados, como forma de definir quais as atividades que podem contribuir para apoiar o desenvolvimento e a qualidade de vida das crianças com deficiência múltipla sensorial. Assim, professor e fonoaudiólogo devem conhecer a forma como cada criança se comunica e manterem-se alertas para os comportamentos não verbais, a fim de estabelecerem uma comunicação efetiva. |