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Com a temática das diferenças físicas entre os sexos e a problemática do androcentrismo na fisiologia do corpo sexuado, relativo á fragilidade versus força física sexualmente inata, utilizados como dispositivo de poder na divisão sexual do esporte, no futebol, embora que exista a presença maciça de homens arbitrando jogos, as mulheres vêm gradativamente ocupando este espaço profissional, mas, quando nos debruçamos no aparato institucional que regulamenta as normas para o campo de arbitragem, nota-se que existe fortemente um apelo ao dimorfismo sexual. Portanto, esse estudo, resultado de indagações concernentes á pesquisa de mestrado em desenvolvimento, cujo objeto, enfoca a participação das mulheres na arbitragem do futebol brasileiro, no âmbito do trabalho e nos limites do poder, tendo como liame, o sexo na ótica do desempenho físico, tem como objetivo discutir sobre a influência cultural nos comportamentos dos corpos sexuados, tentando perceber como a perspectiva feminista sobre tecnologia de gênero poderá favorecer na compreensão das histórias de vida das mulheres árbitras de futebol, que se submeteram aos testes físicos da seleção de arbitragem. A partir de um olhar feminista e pós-estruturalista, que busca desestabilização de paradigmas biológicos/naturais, partimos dos seguintes questionamentos: de que forma o processo cultural influencia nas diferenças físicas entre os sexos e na divisão sexual do trabalho desportivo? E como pensar na equidade social de gênero, a partir da igualdade física entre os sexos? Teórica e metodologicamente, foi realizada uma análise crítica focando teorias culturais, feministas e biológicas, onde refletimos sobre o corpo/sexo construído, comportamentos fisiológicos adquiridos e a divisão sexual no mercado futebolístico, conectados à tecnologia de gênero e ao poder. A priori, constatamos o androcentrismo e a resistência á abertura do campo para as mulheres, uma vez que estas atuam sob controle físico e á base de desigualdades no quantitativo estipulado para os sexos e nas oportunidades, ao mesmo tempo em que, nas normas para tornar-se árbitros (as) exige-se a igualdade física entre os sexos, comprovados na bateria de avaliações físicas, onde neste requisito, grande parte das mulheres é reprovada. |