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O artigo apresenta práticas e perspectivas de associações políticas e culturais de Guadalupe/Caribe, em especial o CIPN (Comité International des Peuples Noir), que envolvem a derrubada e construção de estátuas e monumentos, bem como outras performances em torno desses objetos. Os membros dessas associações, definindo-se em sua maioria enquanto afrodescendentes, realizam um trabalho que denominam de autorreparações, ações variadas que visam, diante do contínuo histórico de extermínio, violência, submissão e assimilação ao qual seus antepassados e eles próprios estão submetidos, encontrarem-se, redescobrirem-se e reconstruírem-se enquanto afro-guadalupenses. Para tal, são aspectos fundamentais o reconhecimento, a reabilitação, a honra, a atualização e o tornar presente os ancestrais, sua história e resistências. O erguimento de estátuas e monumentos, as múltiplas ações e performances em torno deles, bem como a derrubada de objetos relacionados a uma história predominantemente eurocêntrica, fazem parte daqueles processos de reparação e evidenciam outros aspectos da discussão sobre história pública e memória. |