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Introdução/Objetivo: O vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da AIDS, ainda afeta milhões de pessoas no mundo, o que impacta no número de idosos infectados. O aumento da expectativa de vida da população geral e a invisibilidade com que é tratada a exposição ao risco nessa faixa etária leva ao diagnóstico tardio. Tem-se como objetivo investigar as características epidemiológicas de pacientes idosos com AIDS internados em hospital de referência no município de Salvador, estado da Bahia. Métodos: Foram revisados os prontuários eletrônicos de pacientes idosos internados com AIDS em hospital de referência em infectologia em Salvador - BA durante o ano de 2022. Resultados: Entre os 123 pacientes internados cujos prontuários foram avaliados, 12 eram idosos, procedentes de Salvador, de idade entre 60 e 78 anos (mediana 64,5), do sexo masculino (66,6%) e feminino (33,3%), de cor autodeclarada parda (91,6%) e amarelo (8,3%) e a maioria com ensino fundamental incompleto (58,3%); A mediana da contagem de células CD4 foi 198,5 (variando 37 – 1400), apenas 33,3% da amostra possui CV indetectável (∼indetectável a > 1 milhão). 16% (2 pacientes) descobriram o HIV nessa internação e os demais tinham conhecimento entre 2 e 30 anos. As manifestações clínicas mais frequentes observadas foram febre e perda ponderal, um paciente foi internado por neurotoxoplasmose e os demais por condições clinicas (ex. pielonefrite, celulite, colecistite, infecção urinária). A mediana do tempo de permanência foi de 14 dias, 83,3% dos idosos internados receberam alta para acompanhamento ambulatorial e 8,3% evoluíram a óbito. Conclusão: Os resultados apontam a AIDS entre idosos pardos associados com baixa escolaridade, reflexo da falta de conhecimento sobre os meios de prevenção contra o HIV pela ausência de campanhas e testagem nessa população. Ademais, esses resultados destacam a importância do acompanhamento médico contínuo para os idosos vivendo com HIV/AIDS, visando controlar a progressão da doença, prevenir complicações e melhorar os desfechos clínicos. O tratamento antirretroviral e o suporte adequado são essenciais para garantir a qualidade de vida e reduzir a morbidade e a mortalidade nessa população. |