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O artigo foca as práticas do Teatro do Oprimido (TO) na luta pela transformação do contexto local e das relações de poder nas comunidades do Rio de Janeiro através da etnografia de um trajeto junto ao grupo MareMoTO. No específico, a etnografia procura compreender como se dão as relações dialógicas nos trabalhos de Paulo Freire e nas produções de conhecimentos dentro de um Grupo de TO, assim busca explorar a potência da metodologia no aprofundamento de articulações entre espaços educacionais formais e não formais, que superem a exclusão simbólica e a injustiça cognitiva ao proporem outras formas de se produzir conhecimento, que partam de narrativas polifônicas. Para tal, aprofundamos os entrecruzamentos de três conceitos característicos da etnografia e da metodologia pedagógico-político-teatral de Augusto Boal de forma a investigar como se dão as relações entre elas, e que possibilitam uma outra compreensão do real e de formas de transformá-lo. Partindo dos ensaios, apresentações e oficinas do MareMoTO, compreende-se características que integram o TO, tais como: a transformação do espectador passivo em protagonista ativo, a modificação da realidade através de linguagens invisibilizadas, a ampliação do diálogo sinestésico, a descentralização da voz que produz conhecimento e o alargamento da produção estética como indissociavelmente produtora de conhecimento. |