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Homi K. Bhabha (1998) ao falar da noção do entre-lugar nos mostra que há um constante de identidades em trânsito. No processo diaspórico, ao habitar o “centro”, o sujeito que se localiza na “margem” tem a sua identidade fragmentada, resultado do "meio", o qual passa a ocupar. Seguindo essa linha de raciocínio, realizamos no presente trabalho a análise da novela Lucy, de Jamaica Kincaid (1994). Como ponto de partida da investigação, direcionamos o olhar para a formação da identidade da protagonista Lucy diante do entre-lugar/entre-meio, pensado por Bhabha (1998). Para isto, desenvolvemos um diálogo entre a fragmentação do sujeito em face do existir em dois extremos (o centro e a margem), com a concepção de autodefinição, elaborada por Patrícia Hill Collins (2019), e o de excentricidade, cunhado por Linda Hutcheon (1991). A partir da articulação teórica, evidenciamos que a identidade da personagem se constrói mediante a descentralização que, apesar de fragmentar o sujeito, desloca as identidades inatas e unificadas. Inferimos, portanto, que, embora habite o entre-meio que a indefine, Lucy recupera em si a identidade através da recusa do lugar designado a ela enquanto sujeito diaspórico. |