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RESUMO: Introdução – O sucesso do envelhecimento no lugar depende do cuidador informal. O cuidador é o elemento crítico no cuidado. Importa, pois, caracterizar os cuidadores e verificar se existe associação entre características do cuidador e a duração do cuidado e a respetiva sobrecarga. Metodologia – Estudo descritivo transversal, numa amostra de 230 participantes, distribuídos por 25 equipas de cuidados continuados integrados aleatoriamente selecionadas. A colheita de dados ocorreu por entrevista semiestruturada ao cuidador, no domicílio do doente. Procedeu-se à descrição e análise (Qui-Quadrado e correlação de Spearman) dos dados. Resultados – A média de idade dos cuidadores foi de 66,46 anos. Noventa e sete (42,1%) encontravam-se em idade ativa (18 a 64 anos). Duzentos e vinte e seis (98%) cuidadores eram familiares, predominantemente cônjuges ou filhos e menos de metade (47%) dos cuidadores prestam cuidados tecnológicos. Verificou-se uma tendência de associação negativa entre sobrecarga do cuidador e autoperceção do estado de saúde e satisfação com o cuidar. A acessibilidade telefónica aos profissionais foi valorizada pela maioria (85,7%) dos cuidadores, sendo que a maioria (88,3%) tinha telemóvel e menos de metade (40,4%) computador. Discussão – O cuidar no lugar de idosos é feminino, familiar (cônjuges e filhos) e com idade igual ou superior a 65 anos. O número de cuidadores em idade ativa em que mais de metade não trabalha é uma questão social e económica que merece reflexão. A sobrecarga subjetiva do cuidador esteve inversamente associada à satisfação do cuidar e à autoperceção do estado de saúde. As horas de cuidado formal parecem ser um indicador económico e não de necessidade de cuidado. A associação entre escolaridade e cuidados tecnológicos e uso de tecnologias de informação e comunicação pelos cuidadores foram alguns dos resultados relevantes. |