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Objetivos: A transfusão sanguínea é uma terapia reconhecida e importante na medicina moderna. Quando aplicada de forma adequada, pode promover a recuperação efetiva da saúde e qualidade de vida de pacientes que necessitam desse recurso terapêutico. A Unidade de Hematologia, Hemoterapia e Oncologia do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis, dispõe de um Ambulatório Transfusional (AMB TRANSF), inaugurado em 2020; sendo esse um importante serviço ambulatorial estruturado e destinado a procedimentos hematológicos e hemoterápicos, em uma unidade hospitalar do estado. Desempenha um papel fundamental no atendimento a pacientes que necessitam de transfusões de sangue, sangrias terapêuticas, infusões de ferro e outras medicações. Realiza avaliações imuno-hematológicas, com relevância ao monitoramento do risco em gestantes aloimunizadas e da síndrome do linfócito passageiro pós transplante hepático. O AMB TRANSF aplica estratégias para o uso racional do sangue (PBM) e segurança do paciente, o que inclui a avaliação ativa das indicações de cada hemocomponente e derivados. Otimiza, assim, o uso de recursos e fornece atendimento contínuo, individualizado e qualificado. O presente trabalho tem como objetivo descrever os procedimentos hemoterápicos ofertados aos pacientes atendidos no AMB TRANSF no período compreendido entre janeiro de 2020 a junho de 2024 e sua relevância para o público atendido. Material e métodos: Estudo de natureza descritiva, com abordagem retrospectiva, exploratória, com enfoque quantitativo, realizado no AMB TRANSF do HU/UFSC no período de janeiro de 2020 a junho de 2024. Resultados: No período analisado, foram realizadas, em média, 80 transfusões sanguíneas ao mês, correspondendo a 20,6% das transfusões do HU/UFSC. Além das transfusões, realizou-se mensalmente 24 sangrias terapêuticas e 25 infusões de ferro, em média. Somado a este número, podemos destacar 177 consultas médicas e 131 de enfermagem mensais, atendendo pacientes com diagnóstico de telangiectasia hereditária, hemocromatose, policitemia vera, aplasia de medula, neoplasias sólidas e onco-hematológicas. Discussão: No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a implementação do AMB TRANSF em um hospital constitui importante conquista para os pacientes, pois possibilita um atendimento individualizado, especializado e diferenciado. Em muitos serviços de saúde, a única alternativa para atendimento transfusional é a Emergência Geral. A presença do ambulatório reduz a necessidade dos pacientes recorrerem à emergência em estados mais graves, o que contribui para a redução da superlotação nestas unidades, uma problemática recorrente no SUS. Ainda com este propósito, os pacientes pós-bariátricos, gestantes e aqueles que buscam a emergência com anemia ferropriva grave são direcionados ao ambulatório transfusional para receberem as infusões ambulatoriais de ferro intravenoso. Neste local, a equipe realiza o tratamento da fase crítica e coordena a contrarreferência com as unidades básicas de saúde, fornecendo orientações para a continuidade do tratamento. Ademais, é relevante mencionar que o HU atua como um hospital de referência oncológica na região. A equipe discute individualmente cada caso e sugere à equipe assistente as alternativas mais adequadas à transfusão. Conclusão: Desde sua inauguração, o AMB TRANSF do HU/UFSC tem desempenhado um papel crucial no manejo das necessidades transfusionais e terapias associadas. Com uma infraestrutura adequada, uma equipe especializada e um enfoque rigoroso na segurança e eficácia, o ambulatório contribui significativamente para a excelência no tratamento dos pacientes, promovendo um cuidado integral e eficiente. |
