Guerra civil não-declarada? Um recorte do status da violência urbana em uma capital no Brasil

Autor: Ana Celia D C B Romeo, Pedro Lins Palmeira Cardoso, Geovaldo Barreto Correia-Jr, Maria Eduarda Alonso Joaquim-de-Carvalho, Felipe Miranda Santos, Danielle Freitas Serafim, Geibel Santos dos Reis-Junior, André Gusmão Cunha
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2020
Předmět:
Zdroj: Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, Vol 47 (2020)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1809-4546
0100-6991
DOI: 10.1590/0100-6991e-20202506
Popis: RESUMO Objetivo: a violência civil é responsável por 2,5% da mortalidade mundial, matou mais pessoas no século XXI do que o somatório de todas as guerras deste período. Este estudo descreve as vítimas de violência admitidas em um hospital de referência em trauma em Salvador - Bahia, Brasil e analisa o impacto dos diferentes tipos de violência interpessoal. Métodos: foram incluídos vítimas de violência interpessoal admitidas entre julho de 2015 e julho de 2017. 1296 pacientes (média de idade foi 30,3 anos, 90% do sexo masculino) foram divididos em três grupos de acordo com o mecanismo de violência interpessoal: espancamento, ferimentos por projétil de arma de fogo (FPAF), ferimentos por arma branca (FAB). Os grupos foram comparados de acordo com as seguintes variáveis: idade, sexo, mecanismo de trauma, Revised Trauma Score (RTS) na admissão, necessidade de internamento em unidade de tratamento intensivo (UTI), tempo de internamento, necessidade de transfusão de hemocomponentes e morte. Resultados: FPAF foram o principal mecanismo de injúria (59%), seguido por agressão (24%) e FAB (17%). As vítimas de FPAF apresentaram a menor média de RTS na admissão, maior necessidade de uso de hemocomponentes e de internamento em UTI. Vítimas de espancamento tiveram a maior média de duração de internação hospitalar (11,6±19,6 dias). Os FPAF causaram 77,4% das mortes. Conclusão: vítimas de FPAF são mais críticas, requerendo maior tempo de tratamento em UTI, mais hemocomponentes e maior mortalidade comparativamente às vítimas de FAB e espancamento.
Databáze: Directory of Open Access Journals