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RESUMO O escritor e jornalista Mário Domingues (1899-1977) vem sendo lentamente redescoberto, sobretudo pela sua faceta de articulista no jornal anarquista A Batalha, no qual torna-se o primeiro intelectual português a defender publicamente a independência das colônias africanas, nos anos de 1920. Suas posições declaradamente antirracistas e anticolonialistas refletem-se também em sua produção ficcional, nomeadamente nos romances O Preto do Charleston (1929) e O Menino entre gigantes (1960), e em obras censuradas pelo Estado Novo, como Má raça (1938). Analiso as tendências do discurso antirracista de sua prosa em comparação com Sangue Negro (1923), de Ferreira de Castro, um dos únicos exemplos de ficção antirracista de autoria branca neste período em Portugal, procurando entender o alcance e os limites do antirracismo durante a expansão do poder colonial português na África, e a afirmação dos movimentos modernista e neorrealista nas letras portuguesas. |