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O objetivo do artigo é analisar o método crítico de Cyro Siqueira na primeira fase da Revista de Cinema (1954-1957) de Minas Gerais. Em geral, a crítica de cinema no Brasil de 1950 é compreendida no campo acadêmico a partir de esquemas que a divide seja entre “esteticistas” e “crítico-históricos”, seja entre “universalistas” e “nacionalistas”. Nos perguntamos, assim, se os esquemas, sobretudo o primeiro, contribuem para a compreensão da escrita de Cyro Siqueira. A pesquisa nos permite concluir que não. Cyro Siqueira foi um crítico realista, interessado em problemas de conteúdo, como a crítica comunista da época. No entanto, ao contrário desses últimos, reservou lugar central em seu método para a análise formal. Sendo assim, a escrita de Cyro coloca em crise os esquemas binários ainda dominantes na análise acadêmica da crítica dos anos 1950. Em termos de método, mobilizamos alguns pressupostos dos estudos de recepção, tais como os apresentou Janet Staiger. Dessa forma, buscamos analisar os princípios gerais, históricos e compartilháveis, implícitos no método praticado por Cyro. Além disso, nos valemos do conceito de campo de Pierre Bourdieu com o fim de descrever as divisões dominantes entre a crítica da época. |