SÍNDROME DO LINFÓCITO PASSAGEIRO APÓS TRANSPLANTE HEPÁTICO: DESAFIOS DIAGNÓSTICOS

Autor: SLAP Filho, FLS Santos, MG Duarte, WGG Fischer, GG Heck, JF Lopes, AM Carvalho, WWF Costa, MJS Vasconcelos, IA Pessoa
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 45, Iss , Pp S72-S73 (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2023.09.208
Popis: Introdução/Objetivos: A Síndrome do Linfócito Passageiro (SLP) é uma complicação rara do transplante hepático (TH) e requer alta suspeição para diagnóstico. Relatamos um caso para ilustrar o caminho até o diagnóstico e os confundidores que frequentemente estão presentes. Material/Métodos: Relato de caso após revisão de prontuário médico. Resultado/Relato: Paciente de 32 anos, tipo B+, sexo feminino, sumbetida a transplante hepático ortotópico de doador O+ devido a adenoma hepático múltiplo, fazendo uso de tacrolimos e corticoide. No 5º PO, devido a opacidades pulmonares e dessaturação, foi iniciada antibiocoterapia (ATB) com meropenem e vancomicina, com boa resposta. No 11º PO, apresentou queda de hemoglobina (Hb) com reticulocitose, sem exteriorização de sangramentos. Os exames revelaram bilirubinas totais 2 mg/dL com fração indireta 1,24 mg/dL, haptoglobina 87,6 mg/dL e LDH 446,8 U/L. Não havia esquizócitos na hematoscopia. Foram excluídos sangramentos ocultos com tomografias. Foram repetidas as provas de hemólise (PH), que tornaram-se francamente positivas. O teste direto da antiglobulina (TDA) era positivo 1+ com depósito de IgG e eluato negativo com hemácias (Hc) O. Devido à suspeita de hemólise induzida por droga (HID), foi suspensa a vancomicina, porém não houve incremento de Hb após 4 dias. O TDA foi repetido com resultado positivo 3+ com depósito de IgG. Nos testes pré-transfusionais, a paciente cursou com discrepância ABO (dABO) na prova reversa, com reatividade com Hc B. Foi realizado novo eluato, agora com Hc B, confirmando presença de anticorpo (Ac) anti-B. Confirmado o diagnóstico de SLP, paciente recebeu suporte transfusional com Hc O, com melhora gradual dos índices hematimétricos e redução da necessidade transfusional, sem necessidade de terapia adicional. Discussão: A SLP se deve à hemólise mediada por Acs produzidos por linfócitos do doador transferidos junto com o órgão. As PH em pacientes hepatopatas podem ser de difícil interpretação, especialmente no contexto pós-operatório, e requerem monitorização, além de exclusão de complicações cirúrgicas, como hematomas profundos. O uso de ATB e imunossupressores podem causar HID. O TDA pode apresentar intensidade variável durante o curso da SLP. O eluato deve ser realizado com hemácias do mesmo tipo da paciente para flagrar hemólise por Acs dos sistema ABO. O surgimento de dABO pode ser uma pista para o diagnóstico. Conclusão: Apesar de rara, a SLP deve ser considerada nos diagnósticos diferenciais de anemia pós TH, devendo-se atentar para os medicamentos em uso, complicações cirúrgicas, reavaliação seriada das PH e eventual surgimento de dABO.
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