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INTRODUÇÃO: as consequências da pandemia da COVID-19 na incidência de lesão autoprovocada em crianças e adolescentes não são totalmente conhecidas. No entanto, essa doença e as estratégias para conter a transmissão do vírus afetaram a saúde mental dessa população. O objetivo deste estudo foi descrever e comparar os dados de lesão autoprovocada em crianças e adolescentes pré e durante a pandemia da COVID-19. MÉTODOS: estudo ecológico, com dados de notificações realizadas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação devido à lesão autoprovocada, entre 1 de janeiro a 30 de setembro dos anos de 2018 a 2021. Os dados apresentaram distribuição paramétrica (teste Shapiro-Wilk). A comparação entre as médias foi feita por teste-t independente. Utilizado o SPSS® versão 22.2. RESULTADOS: foram analisados 88.483 casos de lesões autoprovocadas voluntariamente no período, destes, 47.785 correspondem ao período pré-pandemia (2018 e 2019) e 40.698, ao período de pandemia (2020 e 2021). Não houve diferença estatística quanto à frequência nos períodos levantados (t(34)= 1,533; p=0,056. Houve predominância feminina (77% dos casos, p=0,007), nas faixas etárias de 15 a 19 anos (71% dos casos, p=0,021) e de pessoas de pele branca (46%) ou parda (38%) p=0,039). DISCUSSÃO: não houve diferença entre as médias de internações por lesões autoprovocadas nos períodos levantados. Ao contrário dos resultados deste estudo, a literatura mostra que houve agravo dos transtornos mentais. A hipótese para esta divergência se sustenta na baixa notificação, uma vez que os atendimentos médicos foram focados na doença viral, e outros casos deixaram de ser identificados e notificados pelos médicos. CONCLUSÃO: devido à divergência entre os resultados encontrados e os estudos na literatura, são necessárias mais pesquisas para afirmar o verdadeiro cenário da incidência de lesão autoprovocada em crianças e adolescentes durante a pandemia da COVID-19. |