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Este artigo, baseado em uma etnografia com documentos históricos, procura refletir sobre as práticas de construção da chamada “arte popular” no Haiti da metade do século XX. Para tal, acompanha a criação e os primeiros anos de funcionamento do Centre d’Art, centro de produção e divulgação das artes plásticas haitianas criado em 1944, e a circulação de suas primeiras exposições para o exterior. Dá-se ênfase especialmente à narrativa articulada pela instituição em torno do célebre pintor e sacerdote vodu Hector Hyppolite (1894- 1948) que, argumento, é tido ele mesmo como uma espécie de artefato em circulação. O trabalho e a própria figura de Hyppolite funcionam, assim, como a imagem condensada de um “Haiti popular” que se queria projetar naquele momento, marcado por suas raízes africanas expressas tanto no campo religioso quanto artístico. |