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Objetivos: Investigar a eficácia terapêutica do Mitapivat, um fármaco ativador de primeira classe da enzima piruvato quinase (EPQ), que tem sido pesquisado como opção inovadora no tratamento de anemia hemolítica, doença falciforme e talassemia. Material e métodos: Revisão de literatura realizada em junho de 2024 utilizando a plataforma Pubmed. Foi adotado o período de busca de 2019 a 2024 com a localização de 51 artigos. Destes, 8 foram utilizados, atendendo aos critérios de serem disponíveis gratuitamente na íntegra e publicados em inglês. Resultados: No tratamento de pacientes com doença falciforme, com deficiência da EPQ eritrocitária e com talassemia, o Mitapivat aumentou o nível e a resposta de hemoglobina com consequente redução de hemólise e melhora no quadro de anemia, além de aumento na atividade hematopoiética em comparação aos pacientes que receberam placebo. Além disso, em pacientes com anemia falciforme o fármaco evitou a falcização das hemácias, com melhoria no quadro da doença. Discussão: O Mitapivat é uma pequena molécula ativadora da enzima piruvato quinase biodisponível por via oral. A ativação da EPQ específica para hemácias aumenta a síntese de adenosina trifosfato (ATP) para manter a homeostase energética, com integridade e deformabilidade da membrana plasmática, bem como reduz a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e a concentração de 2,3-bifosfoglicerato (2,3-BPG). Nos pacientes com anemia hemolítica por deficiência na EPQ eritrocitária o aumento na síntese de ATP promovido pelo fármaco faz com que a hemácia tenha sua vida útil aumentada e, portanto, reduz hemólise e o quadro anêmico. Na doença falciforme, o fármaco, através da redução de 2,3-BPG, promove maior oxigenação o que consequentemente inibe a polimerização da Hemoglobina S e evita a falcização das hemácias, melhorando assim o quadro de anemia. Na talassemia, a redução na formação de EROs também é um fator prolongador da vida de hemácias, melhorando assim os sintomas anêmicos. Reações adversas, como dor de cabeça, insônia e náusea também foram relatadas pelos pacientes que receberam o fármaco, porém os efeitos não são graves, sendo de grau 1 ou grau 2. Conclusão: Os estudos analisados vem mostrando que o Mitapivat possui um bom perfil de segurança e forte eficácia clínica em um amplo espectro de anemias hemolíticas hereditárias, com baixo grau de efeitos adversos. Além disso, foi observado que doenças que requerem transfusões sanguíneas recorrentes têm a sua necessidade reduzida devido aos efeitos benéficos do Mitapivat, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Um diferencial desse medicamento é que ele também já mostrou resultados positivos no tratamento de pacientes com alfa-talassemia, doença que apresenta poucas opções terapêuticas, quando comparado à beta-talassemia. Por fim, embora alguns desses estudos ainda necessitam de mais testes, o Mitapivat demonstra ter potencial significativo de aumentar os níveis de hemoglobina nos pacientes e por consequência melhorar os sintomas de anemias hemolíticas hereditárias. |