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Resumo Introdução: este ensaio é um esforço de compreensão do nosso presente, no qual emerge uma crise sanitária sem precedentes, ocasionada pelo surgimento do novo coronavírus, levando grande parte dos trabalhadores uberizados a realizar suas atividades como prestadores de “serviços essenciais” para a manutenção das regras de distanciamento social. Objetivo: estabelecer uma perspectiva sobre os possíveis aprofundamentos da uberização do trabalho durante e após a pandemia. Métodos: para estabelecer essa perspectiva, partimos da psicologia social do trabalho e da noção de polimorfia do trabalho, isto é, das várias e diferentes formas de trabalho que se apresentam em nosso contexto. Discussão: apresentamos a caracterização e definição da uberização do trabalho como uma nova maneira de gerir, organizar e controlar o trabalho, focalizando especialmente o Brasil e a América Latina. Indicamos que, entre os possíveis aprofundamentos da uberização do trabalho no contexto pós-pandemia, está a desregulação das relações de trabalho em nosso país, com a regressão da legislação trabalhista tendo por justificativa o liberalismo econômico. Conclusão: dentre os aspectos a serem considerados para pensarmos a saúde dos trabalhadores uberizados no pós-pandemia, está o exacerbado controle do trabalho e a necessidade de aproximação daqueles que estudam a saúde do trabalhador dos movimentos coletivos de trabalhadores uberizados. |