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O direito do indígena de viver e ser reconhecido em sua especificidade onde quer que viva, na aldeia ou na cidade, tem relação com o reconhecimento do “outro” nestes contextos. Consideramos que para entender essas relações em espaço urbano e mais especificamente, em escolas urbanas, é necessário compreendermos esses espaços como fronteiras interétnicas nas suas dimensões socioculturais, que ambientam e embasam as relações que neles ocorrem como possibilidades de novas e outras identidades que neles se definem nesses espaços de fronteiras interculturais. Neste trabalho, trazemos os estudos que nos auxiliam a compreensão dos contextos interétnicos nas escolas urbanas em Mato Grosso, quando os alunos indígenas ocupam esse espaço e como a demanda da educação intercultural se impõem como imperativo o reconhecimento das dificuldades dos professores atender ao que explicita a Lei 11.645/08. No intuito de compreender como a escola e seus professores engendram a formação continuada e trazem novos conhecimentos e práticas para o cotidiano da escola fizemos a análise do Projeto Sala de Educador (PSE), dos anos de 2011 a 2015, de uma escola Estadual no município de Nova Xavantina - MT. Os dados nos revelam um persistente fracasso escolar dos alunos indígenas; a escola deveria representar a possibilidade de aprender a se relacionar com a sociedade envolvente sem perder ou desqualificar sua própria cultura, o que, muitas vezes não é o que ocorre. Sendo assim é imprescindível que todos os educadores se apropriem de conhecimentos básicos sobre os povos indígenas do Brasil: quem são, quantos são, como vivem, aspectos próprios de cada cultura, como se organizam, entender a trajetória histórica e cultural dos povos indígenas do Brasil e daqueles que circundam as escolas e cidades, suas estratégias e resistência para manutenção de sua cultura e de seus direitos enquanto povos diferenciados e, ainda assim, pertencentes à sociedade nacional. |