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Resumo Este artigo tematiza os expedientes burocráticos disparados pelas penalizações de duas professoras normalistas em exercício no Grupo Escolar Hercílio Luz, na cidade de Tubarão, em Santa Catarina. A partir dos fatos descritos, buscou-se problematizar as movimentações engatilhadas pelas suas suspensões para o entendimento dos jogos de influência e sociabilidade presentes nas tomadas de decisão no gerenciamento do cotidiano escolar. Para tanto, tomou-se como fonte a série de ofícios exarada por Albano Monteiro Espíndola, diretor da instituição, a Antônio Mâncio da Costa, diretor da Diretoria Geral da Instrução Pública catarinense, bem como jornais de ampla circulação que noticiaram a trajetória funcional das docentes. Interessou rastrear as operações encampadas para aplicação das penas, assim como os sujeitos políticos que elas mobilizaram com o objetivo de problematizar as tomadas de decisões e as ações no interior de uma instituição escolar específica. Para isso, foi importante mapear as trajetórias e movimentações funcionais dos sujeitos políticos envolvidos e rastrear seus lugares no interior da organização burocrática da instrução catarinense. Utilizou-se como método a operação historiográfica, tal qual proposta por Michel de Certeau, e a consideração das práticas como operações. Apresentam-se como principais resultados o inventário dos lugares acessados pelos sujeitos políticos cujas operações foram narradas e as elaborações acerca do exercício de mando nesse grupo escolar catarinense. Conclui-se este artigo com elaborações a respeito da ambivalência dos lugares de mando no gerenciamento da instrução pública e do amplo leque de esferas comunicantes presente nas hierarquias que os compõem. |