Modulações do Discurso, Interpretações e Memórias sobre a Geada Negra de 1975 e a Cafeicultura Paranaense

Autor: Juliane Roberta Santos Moreira, Alessandra Izabel de Carvalho
Jazyk: Spanish; Castilian<br />Portuguese
Rok vydání: 2021
Předmět:
Zdroj: Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña, Vol 11, Iss 3 (2021)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2237-2717
DOI: 10.32991/2237-2717.2021v11i3.p288-317
Popis: No inverno de 1975, uma geada foi responsável pela desidratação e a consequente queima de cafezais na região norte do Paraná, alterando de modo significativo sua paisagem agrícola e economia. Após sofrerem os efeitos de uma geada de vento, as plantas exalam odor de queimado e ganham um aspecto escurecido, o que influenciou sua denominação de geada negra. Sua incidência foi noticiada nos jornais locais, tais como os londrinenses Panorama e Folha de Londrina, como causa do “fim da cafeicultura” desenvolvida no estado e de problemas sociais relacionados ao campo. Ao contrastarmos os discursos produzidos nesses periódicos no momento logo após a ocorrência da intempérie com aqueles reiterados na Folha de Londrina na década seguinte, e o exposto na Gazeta do Povo, 40 anos depois, assim como os relatos presentes no documentário Geada Negra: a História do Paraná, da economia cafeeira ao êxodo rural, de Adriano Justino (2008), podemos perceber permanências e mudanças sobre a interpretação da causalidade única, ou seja, da geada como tendo sido determinante para a retração da cafeicultura. Neste artigo, argumentamos que a recorrência a essa explicação se relaciona com os sentidos narrados por aqueles que a vivenciaram, pois a sensação do frio e o desespero da visão dos cafeeiros queimados influenciam a memória que se tem sobre evento.
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