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Introdução: Cerca de 10 a 20 milhões de pessoas estão infectadas pelo HTLV em diversos bolsões endêmicos, incluindo o Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. A infecção pelo HTLV está associada à paraparesia espástica tropical/mielopatia associada (HAM/TSP), doença crônica desmielinizante de caráter porgressivo e insidiosa, cursando com o acometimento da medula espinhal provocando um quadro de parestesia, paresia, disfunção esfincteriana e dor crônica. O desenvolvimento de HAM/TSP ocorre em 1 a 3.7% dos infectados e possui diagnóstico difícil e evolução imprevisível. A doença tem um cunho debilitante, impactando negativamente as atividades básicas de vida diária dos acometidos. Desta forma, avaliar a funcionalidade por meio de instrumentos estabelecidos é uma forma eficaz de de estratificar a progressão da doença a fim de ofertar o melhor cuidado possível. Objetivo: Avaliar a funcionalidade por meio da Medida da Independência Funcional (MIF) das pessoas vivendo com HTLV (PVHTLV) atendidos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz - UPE. Métodos: Foram coletados dados demográficos e clínicos como: sexo, idade, tempo de diagnóstico e comorbidades. Foi aplicado o questionário MIF, composto por 18 perguntas que avaliam aspectos do cotidiano, como alimentação, cuidados com higiene pessoal, transferências, locomoção e cognição. Cada item pontua de 1 (dependência completa de outros ou de instrumentos auxiliares) a 7 (independência total). Resultados: Ao todo, foram entrevistados 65 pacientes. A média de idade foi de 49 anos (18 a 77 anos); sendo 43 (66%) do sexo feminino. A média de funcionalidade foi de 116 pontos. A distribuição foi: 20 (30,7%) no grupo com MIF abaixo da média, sendo 15, do sexo feminino. As menores médias individuais são referentes à locomoção (marcha e subir ou descer escadas), vestir-se e controle esfincteriano. Conclusão: A aplicação da MIF mostrou que de fato há uma funcionalidade reduzida nas pessoas que vivem com HTLV, principalmente nas que desenvolvem HAM/TSP, tendo implicações principalmente na locomoção e no controle dos esfíncteres. Há necessidade de se verificar a relação da MIF com marcadores biológicos e clínicos. Sendo assim, a aplicação de instrumentos que avaliam a funcionalidade podem auxiliar no manejo e estratificação desses pacientes. |