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Objetivos: O presente trabalho possui como objetivo principal fazer um relato de experiência da equipe multidisciplinar do Ambulatório de Coagulopatias da FHB na implementação do Projeto Terapêutico Singular (PTS) no processo de cuidado às pessoas com coagulopatias. Material e métodos: Trata-se de um relato de experiência sistematizado por integrantes da equipe multidisciplinar do Ambulatório de Coagulopatias da FHB, no qual se apresentam os dados de evolução histórica do número de atendimentos feitos no formato do PTS, de outubro de 2020 a abril de 2024, bem como as facilidades, dificuldades e resolutivas encontradas durante a aplicação dessa metodologia de cuidado individualizado. Resultados: Em 2020 foram selecionados 05 casos nos quais a equipe identificou a necessidade de intervenção no tratamento por meio do PTS. Já em 2021, o número aumentou para 49. Em 2022 e 2023 as consultas multiprofissionais atingiram 126 e 135 atendimentos, respectivamente. Já entre janeiro e abril de 2024, 71 pacientes foram elegíveis ao PTS. Grande parte dos pacientes possuem Hemofilia A ou B, seguidos Doença de von Willebrand e outras coagulopatias. De acordo com a experiência da equipe, uma das dificuldades encontradas na implementação do PTS é a inexistência de uma equipe exclusiva para a atividade. Em relação aos desdobramentos que o PTS vem trazendo para o processo de cuidado individualizado, a equipe concorda que o projeto vem cumprindo com seu papel de promover um atendimento mais humanizado e focado nas necessidades específicas de cada paciente. Muitas das consultas resultam em encaminhamentos para outros profissionais. Além disso, questões como problemas na infusão de medicamentos, adesão à terapia, sedentarismo, alimentação desregulada e demandas psicossociais são frequentemente observadas nos atendimentos realizados. Discussão: O PTS no campo da saúde é utilizado como instrumento que possibilita a autonomia do paciente perante o seu tratamento, e também um direcionamento das ações da equipe, o que promove a construção de uma clínica interdisciplinar. Além disso, o PTS está sendo aplicado àqueles casos clínicos complexos, objetivando ir além do diagnóstico e da prescrição medicamentosa. Desta forma, o projeto busca uma educação permanente, levando em consideração a singularidade dos sujeitos e o trabalho colaborativo da equipe multidisciplinar. Destarte, o PTS no Ambulatório de Coagulopatias é elaborado com base nas necessidades de saúde de cada usuário, o que abrange não somente as coagulopatias em si, mas também um cuidado generalizado com sua saúde. Esse projeto é algo singular, uma interação democrática e horizontal entre profissional da saúde, usuário e família. Conclusão: O PTS é voltado à promoção do cuidado multidisciplinar aos pacientes com coagulopatias, o qual tem gerado muitos frutos positivos no que diz respeito à interação dos profissionais de saúde com os usuários e seus familiares e também na resolutiva de demandas e/ou problemas de saúde. Ademais, cabe ressaltar que nenhum resultado referente à aplicação do PTS no processo de cuidado a pessoas com coagulopatias foi encontrado na literatura brasileira. Desta forma, acreditamos que o Ambulatório de Coagulopatias da FHB ainda é pioneiro nesse sentido. |
