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Os movimentos migratórios não são novidade em nossa realidade. Contudo, são ainda uma das questões com as quais as sociedades em geral têm dificuldade em lidar. Existem, atualmente, as chamadas migrações de crise. Em um contexto de crise, como esperar que os movimentos migratórios atuais não sejam preenchidos de conflitos? Desde 2017, a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), realiza, em parceria com outras instituições governamentais e não-governamentais, ações de acolhimento a migrantes, na cidade de Campo Grande, MS. Hoje, o programa denominado UEMS ACOLHE é responsável por diversas ações de acolhimento, entre elas as aulas de português para migrantes e refugiados, oferecidas pelo Núcleo de Ensino e Pesquisa em Português para Estrangeiros (NEPPE-UEMS). Oferecidas em três regiões da cidade, as aulas atendem como público-alvo migrantes das mais diferentes nacionalidades. Este trabalho se apresenta como um relato de experiência, que busca discutir o acolhimento aos alunos migrantes, realizado por meio da língua ensinada no âmbito dos cursos do NEPPE-UEMS. Objetivamos ainda apresentar, além de conceitos e referenciais teóricos da área de Português como Língua de Acolhimento, dados coletados a partir das falas dos alunos em entrevistas e em conversas informais. A partir dos dados apresentados esperamos ressaltar a relevância do acolhimento realizado. Com a análise dos dados, é possível apontarmos indícios de que existe uma relação direta entre a língua portuguesa e a inserção dos migrantes no Brasil. |