COMPORTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA MORTALIDADE POR HIV/AIDS, SEGUNDO SEXO E IDADE NO BRASIL (2001-2021)

Autor: Walmer Carvalho Filho, Beatriz Santana Ribeiro, Guilherme Pedralina dos Santos, Vanessa Alves Nascimento, Luciano Araújo de Souza Filho, Flávia Moreira Dias Passos, Leticia de Souza Santos, João Victor Andrade Pimentel, João Victor Farias da Silva, Ailton Cardoso dos Anjos, Marco Aurélio de Oliveira Góes
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 102992- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
85948446
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.102992
Popis: Introdução/Objetivo: Nas últimas décadas, a epidemia de HIV/aids passou por transformações significativas. Desde 2012, ocorreu uma queda na taxa de mortalidade por aids, atribuída em parte à recomendação do ''tratamento para todos''. Dessa forma, este estudo objetiva analisar a tendência temporal dos óbitos por HIV/aids de acordo com o sexo e faixa etária no Brasil entre 2001 e 2021. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico tipo série temporal dos óbitos relacionados à infecção pelo HIV/aids no Brasil. Os dados de mortalidade foram obtidos através do Portal do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde considerando o período entre 2001 e 2021. Os dados populacionais foram extraídos a partir da base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, considerando informações e estimativas do censo populacional nacional de 2010. Foi realizada a análise descritiva utilizando o Microsoft Excel 16.53 e as análises de tendências temporais por meio de modelos de regressão linear segmentada, utilizando o Joinpoint 5.0.2, com os resultados apresentados em APC (variação percentual anual) e AAPC (média da variação percentual anual) para definir tendências. Resultados: Foram registrados no período 244412 óbitos por HIV/aids no Brasil, sendo 163028 (66,7%) do sexo masculino. A maior proporção de óbitos ocorreu na faixa etária de 30-39 anos. A tendência da mortalidade nos homens ao longo do período foi decrescente (AAPC -0,8), enquanto nas mulheres a tendência foi de estabilidade. A partir dos 50 anos, houve tendência crescente da taxa de mortalidade em ambos os sexos, já todas abaixo dessa idade, exceto homens de 15 a 19 anos que foi estável (AAPC -2,4), foram decrescentes. Ao analisar o APC, entre homens e mulheres de 15 a 59 anos, ocorreu uma mudança significativa das tendências de óbitos, com exceção das mulheres de 20-29 anos (APC -4,1) que continuou sempre decrescente, as tendências que até entre 2013 a 2016 eram crescentes ou estáveis passaram a ser decrescentes e as decrescentes aumentaram a velocidade de queda. Conclusão: O comportamento epidemiológico do HIV/aids tem particularidades, como as diferenças observadas entre sexo e faixa etária, que devem ser exploradas por programas de saúde nacionais, pois apesar de uma tendência global de estabilidade, há importantes variações entre a tendência dos óbitos de acordo com essas variáveis e ao longo do tempo.
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