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Na mística feminina, mulheres buscam alcançar o inalcançável através de recursos literários que trazem à tona a vassalagem ao seu Bem-Amado e o fine amour, protagonizados por um sujeito feminino. Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma análise comparativa das manifestações da mística feminina na Baixa Idade Média e na Modernidade, através dos escritos da beguina Hadewijch d’Anvers e da poetisa inglesa Elizabeth Barrett Browning, tendo como base o conceito de mística cortês (mystique courtoise ou minnemystique) influenciada pela tradição do Amor Cortês dos séculos XI ao XII. Parte-se, desta forma, das principais contribuições teóricas de Delumeau (1989), Régnier-Bohler (1990), Federici (2017), Salé (2013), Jansen (2004), Kocher (2008), Opitz (1990), Lemaire (2015), Kristeva (1997), Schwartz (2005), Avery (2014) e Chang (2014), utilizando metodologia qualitativa e de pesquisa bibliográfica. Apesar de muitas vezes associada ao período medieval, pudemos constatar a partir desta análise que a mística feminina perpassa séculos, perpetuando-se desde a Modernidade até a contemporaneidade e, com isto, alcançamos o resultado de que, através da leitura dos poemas de Elizabeth Browning, percebe-se uma linguagem do Eu lírico com o seu Bem-Amado que dialoga com a relação entre a voz de Hadewijch e o Divino. |