ANÁLISE DA IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULAS EM PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA

Autor: TH Luizete, SR Oliveira, LR Soares, SCSV Tanaka, MMD Moura, RA Olivo, HM Souza, ACDM Carneiro, FB Vito
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Hematology, Transfusion and Cell Therapy, Vol 46, Iss , Pp S469- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2531-1379
DOI: 10.1016/j.htct.2024.09.789
Popis: Introdução: A leucemia mieloide crônica (LMC) representa cerca de 15% a 20% dos casos de leucemias, acometendo principalmente o sexo masculino e a faixa etária de 40 a 60 anos. Na fase crônica (FC), os pacientes apresentam uma medula óssea hipercelular, com predomínio de granulócitos, concomitante à leucocitose com desvio à esquerda. Estes processos podem levar a exaustão ou anergia das células citotóxicas, ocasionando uma falha na defesa tumoral. Pacientes podem evoluir da FC até a fase de transformação (FT), no qual é marcada pelo aumento dos números de blastos ocupando a medula óssea. Objetivo: Quantificar a produção de perforina (PrF) e granzima B (GzB) por linfócitos citotóxicos após estímulo com IL-2 e IL-15 em pacientes com LMC e comparar com a fase de evolução da doença. Materiais e métodos: Foram avaliados seis pacientes com LMC atendidos no Hospital das Clínicas-UFTM, sendo cinco homens e uma mulher, com idades de 44 a 69 anos. Quatro foram classificados em FC e dois em FT. Células mononucleadas do sangue periférico (PBMC) foram separadas por meio do gradiente de densidade com Ficoll-Paque®. As PBMCs foram dispostas em uma placa de cultura e dividas em: não tratadas, estímulo com IL-2 e estímulo com IL-15, em triplicatas. Foram incubadas a 37°C por 72h, em meio RPMI. Após o período de incubação, as células foram marcadas com anti-CD3, anti-CD8, anti-CD56, anti-perforina clone DG9 (forma ativada), anti-perforina clone BD48 (forma inativa) e anti-granzima B. As células T CD8 foram identificadas como CD3+CD8+ e células natural killer (NK) CD3-CD56+. Foram adquiridos 1000 eventos em citômetro de fluxo e avaliado o percentual de células que expressavam PrF e GzB. Por fim, foi realizada a análise estatística dos resultados, considerando intervalo de confiança de 95%. Resultados: Diante dos achados, observa-se uma clara diferença no número de células que expressam proteínas citolíticas entre pacientes que estão na FC e na FT. Indivíduos na FT apresentaram menor quantidade de células TCD8+ que expressam PrF ativada comparado aos que estão na FC, tanto sem tratamento, quanto após estímulo com IL-2 ou IL-15 (p = 0,061, p = 0,001 e p = 0,004, respectivamente). No entanto, a expressão de PrF inativa nestas células não diferiu entre os grupos. Já em relação à expressão de GzB, observou-se um menor percentual de linfócitos TCD8 na FT após estímulo com IL-2 (p = 0,002) e IL-15 (p = 0,038) comparado aos que estão na FC. Considerando as células NK, pacientes na FT apresentaram um menor número de células com PrF ativada na ausência de estímulo (p = 0,043) e quando estimuladas com IL-15 (p = 0,010). Quanto ao número de NK que expressavam PrF inativa, observou-se uma diferença entre os grupos apenas quando as células foram estimuladas com IL-2 (p = 0,016), com menor expressão na FT. A quantidade de células NK que expressam GzB não diferiu entre os grupos. Discussão: Como a imunovigilância possui um importante papel no combate ao câncer, a menor expressão de proteínas citolíticas em pacientes na FT poderia ter desempenhado um papel na progressão da doença, propiciando a evolução de casos em FC para a FT. Outro ponto a se considerar seria a possibilidade de um consumo mais exacerbado destas proteínas, na tentativa de prestar um combate mais intenso ao aumento de blastos na FT, chegando até mesmo a um quadro de exaustão celular. Conclusão: Pacientes com LMC em FT apresentam menores quantidades de linfócitos citotóxicos expressando PrF e GzB comparados àqueles em FC.
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