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O objetivo deste trabalho é discutir como a memória do saber fazer gastronômico pode se inserir como um produto turístico para além do mercado, trabalhando a vivência cultural e patrimonial de populações rurais do nordeste paraense, que têm como ponto comum o cultivo e uso de derivados da mandioca (Manihot utilissima) enquanto elemento básico da alimentação amazônica. A pesquisa permitiu a elaboração de um roteiro gastronômico alternativo para o município de Bragança, tomandose como protagonistas do mesmo os moradores das comunidades de Camutá (Sítio Grande), Japetá, Curuperé (área rural) e a sede do município. O trabalho foi elaborado a partir de pesquisa bibliográfica, documental e de campo com o registro do saber fazer dos investigados. Observou-se que os sujeitos da pesquisa entendem que a “cozinha do dia a dia” é um testemunho da memória cultural e que deveria ser percebida, divulgada e valorizada. Os entrevistados são representantes da gastronomia bragantina, cujo produto é herança perpassada por gerações a partir de conhecimento empírico e da memória social local. Conclui-se que, apesar da gastronomia local ainda não ser levada ao patamar de significante turístico e sim apenas coadjuvante do mesmo, pode vir a se tornar a base para a implementação de um possível turismo de base comunitária. |