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Introdução: O tumor de Buschke-Löwenstein é um tumor raro associado ao vírus do papiloma humano, sobretudo ao serotipo 6 e 11. Pode apresentar uma importante invasão local, com elevado impacto na qualidade de vida. A identificação precoce e tratamento das lesões de condiloma acuminado simples previne o seu desenvolvimento. Descrição do caso: Utente de 49 anos, sexo feminino, casada, com seguimento em consulta de medicina geral e familiar (MGF) num hospital privado desde há vários anos. Em junho/2016 foi-lhe atribuída uma médica de família numa instituição pública, a quem começou a recorrer em situações de doença aguda. Em janeiro/2018 recorre a uma consulta de urgência com a sua médica de família por apresentar uma lesão vulvar e anal com cheiro fétido. Ao exame objetivo observam-se duas massas condilomatosas de grandes dimensões, com 9x6cm na região vulvar e 5x7,5cm na região perianal. Quando questionada sobre a evolução das mesmas refere que a lesão vulvar surgiu em 1992 e a lesão anal em 2015, tendo verificado um crescimento abrupto a partir de 2017. A utente foi esclarecida quanto a hipótese diagnóstica e o circuito que iria iniciar para a avaliação diagnóstica e orientação terapêutica. Foi encaminhada para a consulta de ginecologia do hospital de referência e posteriormente para o hospital oncológico. Perante o diagnóstico de tumor de Buschke-Löwenstein foi submetida a cirurgia radical com plastia vulvar, anal e colostomia de proteção. Após a cirurgia, a doente manifestou uma grande dificuldade em aceitar a sua imagem corporal, o que causou um grande impacto na sua saúde mental. Comentário: O seguimento em consulta de saúde da mulher, uma valência da especialidade de MGF, poderia ter permitido uma identificação precoce da lesão de condiloma e alterado a história natural da doença, reduzindo a morbilidade física e mental da utente. |