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A participação de 5 e 6%, respectivamente, das populações brasileira e mundial não coloca os consumidores surdos no foco de estudos culturais nem de acessibilidade. Consumir é um ato humano carregado de significado e compõe a identidade do indivíduo. A surdez encarada pelo olhar médico é vista como uma deficiência. Por outro lado, pela perspectiva socioantropológica, é reconhecida como uma diferença cultural e linguística que impacta na maneira como o sujeito vê o mundo e é visto nele. Para tanto, a acessibilidade precisa de preparo para ser garantida, quer pela oferta de instrumentos que promovam a autonomia dos indivíduos, quer pela construção de espaços pela luz do design universal, que assegura a autonomia de todos os indivíduos. Este trabalho analisou experiências de consumo de cultura por indivíduos surdos no Rio de Janeiro que experimentam uma barreira comunicacional, buscando identificar as barreiras e limitações encontradas, bem como práticas inclusivas disponíveis. Foram realizadas entrevistas em profundidade semiestruturadas em que os sujeitos de pesquisa narraram experiências por meio de suas histórias de vida. A discussão aborda práticas que criam barreiras e limitações amplamente perceptíveis, como falta de legendas em filmes nacionais, que desestimulam a frequência a equipamentos culturais como cinemas. Além disso, faz-se preciso dar espaço de fala e de atuação no mercado a pessoas com deficiências, conhecendo a realidade do público com iguais condições. É amplamente negativo quando medidas paliativas geram a impressão de desrespeito. Por fim, medidas de autonomia alcançam o objetivo proposto. |