OR-02 - EFEITO DA HIGIENE DAS MÃOS NAS TAXAS DE INFECÇÃO HOSPITALAR E DA TRANSMISSÃO DE CEPAS RESISTENTES EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Autor: Giovanna Magno Socci Bezerra, Luciana Oliveira Matias, Sandra Gomes de Barros Houly, Letícia Sandre Vendrame Saes, Diogo Boldim Ferreira, Michelle Oliveira Max, Felipe Alberto Lei, Diego Cassola Pronunciato, Eduardo Alexandrino Medeiros
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 28, Iss , Pp 103880- (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2024.103880
Popis: Introdução: A higiene das mãos é a medida mais simples, barata e eficaz na prevenção da transmissão de patógenos e consequentemente na redução da incidência de infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). No entanto, apesar dos benefícios conhecidos, a adesão entre os profissionais de saúde aos “5 momentos para higiene das mãos” preconizados pela Organização Mundial de Saúde mantém-se abaixo do ideal. Isso se deve principalmente à falta de conhecimento sobre técnicas adequadas de higiene das mãos e pela sobrecarga de trabalho. Objetivo: Avaliar se uma intervenção multimodal, promovendo a adesão à higiene das mãos, junto de medidas educativas, são capazes de reduzir o risco de transmissão de microrganismos e, consequentemente, contribuem com a melhora dos indicadores de infecção hospitalar, mortalidade e tempo de internação. Método: Coorte quase-experimental realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Departamento de Medicina do Hospital São Paulo, com 20 leitos. O estudo foi dividido em três fases: pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção, sendo que em todas elas foram feitas observações direta dos profissionais e coletados indicadores de infecção, resistência microbiana e mortalidade. Na fase de intervenção foi realizado um programa educacional com treinamento das equipes com aulas teóricas e práticas, instalação de cartazes e devolutiva dos apontamentos prévios. Resultados: Foram registrados 454 momentos de higiene das mãos, sendo 118 do período pré-intervenção e 336 do período de intervenção, sendo que a última etapa, pós-intervenção, ainda está em andamento (maio/24 a outubro/24). Observa-se que apesar da queda na adesão da higiene das mãos em Out/23 (38%), após início da intervenção a adesão aumentou com a média de 48.7% na 2ª etapa. Comparando-se a 1ª à 2ª etapa, observa-se o aumento de 26,7% na adesão à retirada de adornos, e de 20,1% no consumo de sabão. Além de redução: no tempo médio de internação de 8,4 para 7,5 dias; na mortalidade geral da UTI de 21,3% para 17,9%; e na mortalidade em pacientes com IRAS de 8,9% para 4,8%. A incidência de infecção geral diminuiu em 0,87% e a de IRAS por MDR diminuiu em 1,17%. Conclusão: Apesar da mudança nos índices de infecção e mortalidade e da maior adesão à higiene das mãos, ainda há muito o que melhorar até atingir 100% de adesão à higiene das mãos. Espera-se que ao final do estudo as mudanças sejam mais significativas e duradouras a médio e longo prazo.
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