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Introdução: A higiene das mãos é a medida mais simples, barata e eficaz na prevenção da transmissão de patógenos e consequentemente na redução da incidência de infecções relacionadas à assistência em saúde (IRAS). No entanto, apesar dos benefícios conhecidos, a adesão entre os profissionais de saúde aos “5 momentos para higiene das mãos” preconizados pela Organização Mundial de Saúde mantém-se abaixo do ideal. Isso se deve principalmente à falta de conhecimento sobre técnicas adequadas de higiene das mãos e pela sobrecarga de trabalho. Objetivo: Avaliar se uma intervenção multimodal, promovendo a adesão à higiene das mãos, junto de medidas educativas, são capazes de reduzir o risco de transmissão de microrganismos e, consequentemente, contribuem com a melhora dos indicadores de infecção hospitalar, mortalidade e tempo de internação. Método: Coorte quase-experimental realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Departamento de Medicina do Hospital São Paulo, com 20 leitos. O estudo foi dividido em três fases: pré-intervenção, intervenção e pós-intervenção, sendo que em todas elas foram feitas observações direta dos profissionais e coletados indicadores de infecção, resistência microbiana e mortalidade. Na fase de intervenção foi realizado um programa educacional com treinamento das equipes com aulas teóricas e práticas, instalação de cartazes e devolutiva dos apontamentos prévios. Resultados: Foram registrados 454 momentos de higiene das mãos, sendo 118 do período pré-intervenção e 336 do período de intervenção, sendo que a última etapa, pós-intervenção, ainda está em andamento (maio/24 a outubro/24). Observa-se que apesar da queda na adesão da higiene das mãos em Out/23 (38%), após início da intervenção a adesão aumentou com a média de 48.7% na 2ª etapa. Comparando-se a 1ª à 2ª etapa, observa-se o aumento de 26,7% na adesão à retirada de adornos, e de 20,1% no consumo de sabão. Além de redução: no tempo médio de internação de 8,4 para 7,5 dias; na mortalidade geral da UTI de 21,3% para 17,9%; e na mortalidade em pacientes com IRAS de 8,9% para 4,8%. A incidência de infecção geral diminuiu em 0,87% e a de IRAS por MDR diminuiu em 1,17%. Conclusão: Apesar da mudança nos índices de infecção e mortalidade e da maior adesão à higiene das mãos, ainda há muito o que melhorar até atingir 100% de adesão à higiene das mãos. Espera-se que ao final do estudo as mudanças sejam mais significativas e duradouras a médio e longo prazo. |