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RESUMO Este estudo analisa os pressupostos do pesquisador francês Alfred Binet (1857-1911) sobre as diferenças individuais a partir de livros e artigos que produziu a respeito do assunto entre 1895 e 1909 e que fundamentaram a elaboração da primeira escala métrica Binet-Simon em 1905. Em seguida, identifica quais elementos de suas elaborações circularam e como foram apropriados, no contexto das reformas educacionais em Minas Gerais nas décadas de 1920 a 1940. A pesquisa se desenvolveu no diálogo entre a História da Psicologia e a História da Educação, mobilizando conceitos da historiografia, como o de intelectuais, redes de sociabilidade e apropriação. A pesquisa documental envolveu a análise dos primeiros livros publicados por Binet e as matérias publicadas na Revista do Ensino, órgão oficial do governo de Minais Gerais, nas quais se tratava sobre as diferenças individuais e sobre o uso dos testes nas escolas. Foi observada a tensão envolvendo a desconfiança e o entusiasmo em relação aos novos métodos para aferir as diferenças individuais; a apropriação da escala métrica adaptada nos Estado Unidos, cujos princípios eram criticados por Binet; a pouca ênfase nas dimensões sociais e culturais dos diferentes grupos sociais, que estava entre as preocupações centrais do autor. |