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Resumo Este estudo tem por objetivo analisar, com base na perspectiva decolonial, processos históricos imperialistas que possibilitaram a incorporação de um modelo eurocêntrico de autorregulamentação na criação do Sistema Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, o SBAP. Para isso, foi realizada uma pesquisa histórica, calcada na óptica crítica em questão, utilizando dados secundários para analisar esse caso específico. A análise mostra que a incorporação de elementos estrangeiros ao sistema brasileiro ocorreu por meio, sobretudo, de três fatores: criação e internacionalização de modelo de autorregulamentação publicitária por meio de processos etnocêntricos e imperiais, formação do setor publicitário brasileiro de acordo com padrões internacionais, em especial estadunidenses, e influência de modelos e organizações internacionais em relação aos autores do SBAP. Mais do que uma discussão focada no poder de empresas sobre consumidores, espera-se que essa visão crítica gere mais conhecimento sobre as relações entre o Norte e o Sul globais, bem como de que maneira o controle imperial se materializa em consumerismo. Processos históricos coloniais e etnocêntricos limitam formas de pensar distintas à lógica neoliberal de defesa do consumidor por meio de livres mercados, ajudando, assim, a manter o domínio eurocêntrico sobre o conhecimento. |