Popis: |
RACIONAL: Síndrome de Mirizzi é rara condição encontrada em pacientes com colelitíase de longa data, variando de 0,3 - 3% nos pacientes submetidos à colecistectomia. Se não reconhecida no pré-operatório pode implicar em significativa morbimortalidade. OBJETIVO: Descrever série de cinco pacientes consecutivos com síndrome de Mirizzi submetidos à cirurgia e comentar as suas características clínicas. MÉTODO: Revisão retrospectiva de cinco pacientes com síndrome de Mirizzi, entre janeiro de 2002 e junho de 2008. Foram avaliados: a apresentação clínica, resultados laboratoriais, avaliação pré-operatória, achados cirúrgicos, presença de coledocolitíase, classificação da síndrome de Mirizzi, escolha do procedimento operatório e suas complicações. RESULTADOS: Quatro pacientes eram mulheres (80%) e a média de idade foi 53,4 anos (38 a 62 anos). Os sintomas mais freqüentes foram dor abdominal (100%) e náuseas / vômitos (100%). Todos os pacientes com icterícia apresentaram alterações da função hepática (40%) e apenas um, sem icterícia, tinha bioquímica hepática alterada. O diagnóstico de síndrome de Mirizzi foi intra-operatório em todos (100%) casos. A associação entre fístula coledocociana e coledocolitíase foi observada em três pacientes (60%). Quanto à classificação, encontrou-se dois pacientes com tipo I e um paciente em cada um dos tipos II, III, IV. A colecistectomia foi realizada em todos os pacientes, sendo parcial em três (60%). A anastomose coledocoduodenal foi realizada em dois pacientes, sendo do tipo látero-lateral. A coledojejunoanastomose ocorreu em um único caso (tipo IV). Evolução pós-operatória sem alterações ocorreu em dois casos (40%) recebendo alta em boas condições. Um paciente apresentou sepse no pós-operatório secundário a abscesso subhepático evoluindo ao óbito no 2º dia de pós-relaparotomia. CONCLUSÃO: Apesar do diagnóstico pré-operatório ser raro nos pacientes com síndrome de Mirizzi, ela deve ser suspeitada na colelitíase crônica e prontamente identificada no intra-operatório para evitar lesões biliares inadvertidas. Apesar da era da colecistectomia laparoscópica, o método aberto deve ser o de escolha.BACKGROUND: Mirizzi syndrome is a rare complication of long standing cholelithiasis and was reported in 0,3 - 3% of patients undergoing cholecystectomy. If not recognized preoperatively, it can result in significant morbidity and mortality. AIM: To describe a series of five consecutive patients with Mirizzi syndrome submitted to surgical treatment and to comment on then aspects clinics. METHODS: A retrospective review of five consecutives cases of Mirizzi syndrome that arose between January 2002 and June 2008 was performed. The following items were evaluated: clinical presentation, laboratory results, preoperative evaluation, operative findings, presence of choledocholithiasis, type of Mirizzi syndrome according to the classification by Csendes, choice of operative procedures, and complications. RESULTS: Four patients were women (80%) and a mean age was 53,4 years (38 to 62 years. The most frequent symptoms were abdominal pain (100%) and nausea and vomiting (100%) The patients with jaundice presented altered hepatic function tests (40%) and only one without jaundice presented altered hepatic function. The diagnosis of Mirizzi syndrome was intra-operative in all patients (100%). Cholecystecholedochal fistula associated with choledocholithiasis was observed in three (60%) cases. Mirizzi syndrome was classified as Csendes type I in two (40%) patients, type II in one (20%), type III in one (20%) and type IV in another (20%). Cholecystectomy was performed in all patients (100%), however, the partial cholecystectomy was observed in three (60%). Two (40%) patients were submitted to side-to-side choledochoduodenostomy and another (20%) to choledochojejunoanastomosis. Two (40%) patients had an uneventful recovery and were discharged in good conditions. One (20%) patient presented a postoperative sepsis due to a sub-hepatic abscess and was reoperated. This patient to die. CONCLUSIONS: The preoperative diagnosis of Mirizzi syndrome is a challenge. A high index of clinical suspicion is required to make an intra-operative diagnosis, which leads to good surgical planning to treat the condition. Open surgery is the gold standard. |