Avaliação da Incontinência Urinária na Gravidez e no Pós-Parto: Estudo Observacional

Autor: Juliana Rocha, Pedro Brandão, Anabela Melo, Silvia Torres, Lurdes Mota, Fernanda Costa
Jazyk: English<br />Portuguese
Rok vydání: 2017
Předmět:
Zdroj: Acta Médica Portuguesa, Vol 30, Iss 7-8, Pp 568-572 (2017)
Druh dokumentu: article
ISSN: 0870-399X
1646-0758
DOI: 10.20344/amp.7371
Popis: Introdução: A incontinência urinária pode afetar até 50% das mulheres em alguma fase das suas vidas, nomeadamente durante a gravidez. Este estudo foi desenhado com a finalidade de identificar e avaliar a prevalência e fatores de risco para incontinência urinária durante o terceiro trimestre da gravidez e três meses após o parto. Material e Métodos: Estudo observacional e transversal. A população do estudo incluiu 268 puérperas, que tiveram parto no Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, em 2013 e 2014. Foram avaliadas durante o período de internamento após o parto. As parturientes foram convidadas a preencher um questionário adaptado, International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form, para investigação da incontinência urinária no terceiro trimestre da gravidez, para o qual deram consentimento. Três meses após o parto, foram contactadas telefonicamente e convidadas a responder às mesmas questões acerca da incontinência urinária no pós-parto. Resultados: Das 268 mulheres entrevistadas, 31 foram excluídas do estudo, tendo em conta os critérios de inclusão e exclusão definidos. No total (n = 237), 51,89% das mulheres incluídas no estudo, relataram a ocorrência de incontinência urinária durante a gravidez. A prevalência da incontinência urinária na gravidez, segundo a paridade (primíparas versus multíparas), foi estatisticamente significativa (p = 0,006). No pós-parto (n = 237), 28,69% das mulheres com incontinência urinária tiveram parto vaginal e 5,91% das mulheres foram submetidas a cesariana (p = 0,001). Neste grupo de mulheres com incontinência urinária pós-parto (n = 82), 31,69% apresentaram incontinência urinária de novo e 68,31% das mulheres já apresentavam sintomatologia durante a gravidez (p < 0,001). Discussão: Este estudo demonstra a elevada prevalência da incontinência urinária na gravidez e a respetiva redução no pós-parto. Conclusão: A multiparidade e a ocorrência de incontinência urinária na gravidez surgem como possíveis fatores de risco no aparecimento da incontinência urinária.
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