ÓBITOS POR COVID-19 EM PACIENTES SEM COMORBIDADES EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA

Autor: Júlia Ferreira Balan, Bianca Carlos Nascimento, Flávia Queiroz, Taiza Maschio de Lima, Lina de Moura Mendes, Alana Augusta de Menezes, Letícia Olmos Pelegrini, Márcia Wakai Catelan, Maria Lúcia Machado Salomão
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 102950- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.102950
Popis: Introdução/Objetivo: A COVID-19, doença considerada pandêmica desde março de 2020, apresenta evolução espectral, desde casos assintomáticos até casos leves com Síndrome Gripal ou casos graves com evolução para Síndrome Respiratória Aguda Grave e óbito, sendo que diversos fatores já foram constatados como possíveis responsáveis por esse desfecho, como doença cardiovascular, pulmonar e neurológica. Todavia, ainda há pacientes sem comorbidades prévias que tem o curso desfavorável. O estudo possui por objetivo analisar nos casos de óbito por COVID-19, em paciente sem comorbidades, as condições que podem estar associadas a uma evolução desfavorável. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo realizado a partir da análise de casos de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave devida COVID-19 em pacientes sem comorbidades atendidos no Hospital de Base de São José do Rio Preto entre março de 2020 e fevereiro de 2022. Os dados retrospectivos foram coletados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe e de prontuário eletrônico. Resultados: No período de análise 6.640 pacientes foram hospitalizados, destes 5.678 (85,5%) foram excluídos das análises por apresentarem comorbidades. Dentre os pacientes sem comorbidades (962 [14,5%]), 80 (8,3%) foram óbitos, sendo estes comparados com 80 pacientes hospitalizados por COVID-19 que receberam alta hospitalar (grupo controle). Foi observado que nos três primeiros dias de internação, os pacientes que foram a óbito tiveram maiores valores de proteína C-reativa (p = 0,001), D-dímero (p = 0,002), creatinina sérica (p = 0,008) e maior proporção de indivíduos com taxa de filtração glomerular estimada < 60 mL/min/1,73 m² (p = 0,023). As taxas de admissão em UTI foram maiores nos casos de óbitos (p < 0,001), assim como a necessidade de suporte ventilatório invasivo (p < 0,001). Não houve diferenças em relação ao sexo, idade, etnia, nível educacional, período de admissão e o tempo entre o início dos sintomas e a admissão, exceto para o desconforto respiratório (p = 0,047). Conclusão: Pacientes com COVID-19 sem comorbidades que foram a óbito apresentaram com maior frequência desconforto respiratório, valores maiores de proteína C-reativa, D-dímero e creatinina, maiores taxas de admissão em UTI e necessidade de suporte ventilatório invasivo, quando comparados aos sobreviventes. Assim, acredita-se que tais fatores estão implicados em um desfecho desfavorável, os quais podem ser utilizados para acompanhar a progressão da doença.
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