Coleções vegetais no noroeste da Amazônia

Autor: Laure Emperaire, Elaine Moreira
Jazyk: English<br />Spanish; Castilian<br />French<br />Portuguese
Rok vydání: 2024
Předmět:
Zdroj: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Vol 19, Iss 3 (2024)
Druh dokumentu: article
ISSN: 2178-2547
DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2024-0010
Popis: Resumo A altíssima diversidade de plantas cultivadas observadas no contexto dos povos indígenas do noroeste da Amazônia responde ao conceito de uma coleção viva. Estacas, sementes e mudas são bens móveis vivos que circulam por toda a região, num movimento de constante recomposição da diversidade agrobiológica na escala doméstica. A diversidade presente, principalmente das mandiocas, bem como suas formas de manejo se encaixam nessa noção: suas trajetórias espacial e temporal são conhecidas; ela é constituída por plantas documentadas com suas características e seus nomes, atributos fundamentais das plantas cultivadas, as quais são apresentadas e vivenciadas em espaços especializados: as roças. Certas variedades se ancoram nas narrativas de origem das plantas cultivadas, porém surgem pontos de ruptura entre a diversidade relatada nas narrativas ancestrais e nas práticas de hoje, o que nos leva a interrogar o papel da diversidade ao longo da história regional. O acúmulo de diversidade e a coleção serão aspectos relativamente recentes relacionados à colonização? Em conclusão, destacamos que, num periódo de forte instabilidade socioecológica, novas chaves de leitura de uma diversidade biológica criada e manejada pelos povos indígenas, que não limitem sua compreensão à noção hegemônica de recurso fitogenético e assegurem sua continuidade, são necessárias.
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