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Este artigo busca compreender como a cineasta palestina Larissa Sansour mobiliza a luta anticolonialista palestina contra a ocupação sionista através da análise fílmica de Patrimônio Nacional (2013). Além de refletir a respeito das interações entre as imagens do filme dentro da própria narrativa, relacionamos a obra com as categorias violência, território, temporalidade e vestígios; entrevistas da cineasta sobre seu trabalho e a situação da Palestina; e com os recentes acontecimentos pós 7 de outubro de 2023. Além disso, investigamos como Sansour se apropria do gênero da ficção científica e seus tropos, como elementos constitutivos para criar um filme-manifesto baseado nas teorias decoloniais de autores como Achille Mbembe (2018), Ilan Pappé (2016) e Edward Said (2012), tensionando os conceitos e apontamentos deles junto à narrativa fílmica, principalmente os que se referem aos efeitos prolongados de processos de colonização como o estabelecido por Israel na Palestina desde 1948. Mais do que refletir sobre a colonização, entendemos que Larissa Sansour, através de Patrimonio Nacional, se estabelece como uma força anticolonial, endereçando uma contundente crítica ao sionismo e aos empreendimentos capitalistas que acompanham processos de colonialidade como este. |