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Introdução: A gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI) é uma doença proliferativa clonal pré-maligna de células plasmáticas clinicamente assintomática. É definida pela presença de uma proteína monoclonal sérica (proteína M) na concentração até 3 g/dL, medula óssea com plasmócitos monoclonais inferior a 10% e ausência de lesão de órgão-alvo (lesões ósseas líticas, anemia, hipercalcemia, insuficiência renal, hiperviscosidade) relacionadas ao processo proliferativo. Metodologia: Relato de caso de paciente com GMSI com duas fraturas patológicas em coluna vertebral em menos de dois anos causando desafios ao diagnóstico sobre a real etiologia do processo patológico. Relato de caso: Paciente de 71 anos, feminina, em 11/2019, sofreu lipotimia, seguido de discreto trauma contuso que resultou fratura em D10. Por entender que se tratava de trauma de baixa energia solicitado exames de investigação. Eletroforese de proteína: pico monoclonal 1,0 g/dL (13,9%), Cadeias leves livres k: 12,9 L: 5,62 R: 2,30, mielograma: 3% de plasmócitos, Imuno fixação sérica: IgG/Kappa, Imuno fixação urinária: ausência de proteína monoclonal, B2 microglobulina: 2,15. Biópsia de medula óssea e imuno-histoquímica: Linfoplasmocitose intersticial reacional. Ressonância magnética de corpo inteiro: Fratura do platô vertebral superior de D10. Não apresentava anemia ou alteração da função renal ou hipercalcemia. Conclusão do diagnóstico foi GMSI. Em 06/2022, apresentou nova fratura, sendo essa espontânea, em L4, mantendo-se sem anemia, ou alteração da função renal ou de cálcio. Realizado densitometria óssea que revelou osteopenia em colo femoral com -1,8 DP. Eletroforese de proteína pico 1,2 g/dL -15%, cadeias leves livres com relação de 1,6, Mielograma: 6% de plasmócitos, imunofenotipagem da medula óssea: 0,8% de plasmócitos monoclonais. Tomografia de corpo inteiro em baixas doses 15/08/22 + Ressonância magnética 22/08/22: revelaram aspecto degenerativo difuso ósseo com osteófitos, protusões discais e as duas fraturas anteriormente descritas, D10 que ocorreu em 2019 e em L4 ocorrida em 2022. Conclusão: após avaliação detalhada das imagens, verificou-se que as características das fraturas eram de insuficiência óssea decorrente de osteoporose, inclusive na tomografia tinham sinais bem sugestivos de baixa massa óssea. O avançado grau de osteoartrose é capaz de superestimar a massa óssea através da densitometria, falseando o resultado. A paciente vem realizando tratamento para Osteoporose e acompanhando o quadro de GMSI. |