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Este ensaio aborda a compreensão da problemática da percepção, da qual têm se ocupado filósofos, semioticistas e neurocientistas. Todos eles se concentram na relação entre percepção sensual, realidade no mundo da vida e cognição interpretativa, cada um com uma ênfase diferente. Contudo, todas as definições mostram unanimemente que a percepção só pode alguma vez expressar a ideia ou atitude de uma pessoa em relação ao mundo em que vive. A realidade e a verdade são, portanto, construções sociais e individuais. A fim de manter a visão socialmente acordada do mundo, o indivíduo ocupa assim uma posição importante, especialmente na sociedade da informação democrática pós-moderna e altamente individualizada. Nela, o indivíduo é um local para a criação e divulgação de significado. A fim de minar a construção social da realidade e do senso comum, influenciar a semiose é uma arma silenciosa e eficaz, transformando a construção do mundo na falsificação do mundo. Utilizando os resultados de análises de populismo de direita e mitos de conspiração dos últimos tempos, a autora resume a forma como tal influência é exercida nos meios de comunicação social através de plataformas e dos chamados canais alternativos de noticiários e que efeito têm sobre o indivíduo, bem como sobre a imagem socialmente acordada da realidade. Para tal, ela combina modelos sócio-construtivistas com modelos semióticos. |