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Partimos do estudo na noção de homem presente no pensamento de Maquiavel para estabelecer a idéia de Estado e sua relação com a ética. Existe, quanto a esta questão, uma vasta polêmica na tradição interpretativa e que podemos reduzir a duas perspectivas fundamentais. Primeira: Maquiavel compreende a natureza humana como corrompida de forma definitiva, o que transforma o Estado em instrumento puramente coator da malevolência humana. Nesta ótica, não há espaço para pensar em finalidades éticas do Estado. Segunda: mesmo partindo da idéia de que há no homem uma inclinação à maldade, não considera isso algo irreversível. Destaca a importância da educação como instrumento de formação humana e de cultivo de valores morais. O Estado, ainda que deva manter a ordem para a segurança de todos servindo-se dos instrumentos coativos da lei e da força, isto, no entanto, é apenas um meio para a realização das finalidades mais elevadas da justiça. O trabalho mostra que o Estado maquiaveliano se fundamenta na natureza humana e tem por objetivo possibilitar o agir ético do homem. O Estado não se autofundamenta, nem é um fim em si e muito menos está separado da ética. Palavras-chave: Maquiavel, Dever Moral, Estado, Natureza Humana. |