IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NA ASSISTÊNCIA AMBULATORIAL A PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS- EXPERIÊNCIA DO CENTRO ESTADUAL DE REFERÊNCIA NA BAHIA, BRASIL

Autor: Rodrigo Almeida Magalhães Oliveira, Monaliza Cardozo Rebouças, Marcio Pires dos Santos, Fabianna Marcia Maranhão Bahia, Leila Regina Amorim Araújo de Azavedo, Silvio Romero da Silva Larangeira Junior, Miralba Freire de Carvalho Ribeiro da Silva
Jazyk: angličtina
Rok vydání: 2023
Předmět:
Zdroj: Brazilian Journal of Infectious Diseases, Vol 27, Iss , Pp 103018- (2023)
Druh dokumentu: article
ISSN: 1413-8670
DOI: 10.1016/j.bjid.2023.103018
Popis: Introdução/Objetivo: A pandemia de COVID-19 causou prejuízos na qualidade assistencial a Pessoas Vivendo com HIV/AIDS (PVHA) no Brasil e no mundo, sendo que a dimensão deste impacto ainda não foi plenamente mensurada. Este estudo avaliou o impacto da pandemia no tratamento de PVHA no Centro Estadual de Referência da Bahia, considerando os aspectos clínicos, de adesão à terapia antirretroviral (TARV) e de falhas terapêuticas, com base na assistência pré-pandemia. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal e retrospectivo oriundo do Centro Estadual Especializado em Diagnóstico, Assistência e Pesquisa, de 03/2018 a 02/2022. Foram analisadas a adesão à TARV, a frequência de consultas médicas e as falhas terapêuticas. Os dados foram coletados de prontuários e sistemas de informações nacionais. Foram incluídas PVHA em seguimento no centro com diagnóstico de HIV, maiores de 18 anos e com retirada de TARV 3 meses antes do estudo. A seleção foi por amostragem aleatória simples, em uma população de 357 PVHA do Estudo de Coorte Ambispectiva em pacientes HIV acompanhados em um Centro de Referência na Bahia, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. O cálculo amostral considerou um erro padrão de 5%. Resultados: A amostra foi composta por 162 participantes que atenderam aos critérios de inclusão, com cerca de 51,2% de indivíduos do sexo masculino (média de 49,73 anos; ± 10,62 anos). Houve uma redução significativa na taxa de consultas médicas, de exames de carga viral e linfócitos T CD4, assim como na adesão à TARV, quando comparado ao ano pré-pandemia com o primeiro ano de pandemia (média de 0,74; ±2,67; p < 0,05). A taxa de falhas virológicas manteve-se estável, mas houve um menor número de exames realizados durante a pandemia. A proporção de PVHA sem nenhuma dispensa de ARV no ano aumentou 4 vezes entre o período pré-pandemia e o período de vigência da pandemia (p < 0,05), apesar do centro ter um funcionamento pleno da farmácia, distribuição otimizada de ARV e atendimento clínico com triagem nos primeiros 2 meses de pandemia, seguido de atendimento universal. Conclusão: Este estudo evidenciou impactos importantes na adesão à TARV, na realização de exames e de consultas médicas ambulatoriais na pandemia, apesar das medidas adotadas. Tais resultados ratificam a necessidade de serviços especializados em cuidado a PVHA desenvolverem novas estratégias com o objetivo de mitigar falhas no tratamento em situações-limite, como pandemias ou emergências de doenças infecciosas.
Databáze: Directory of Open Access Journals