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Neste trabalho, objetivou-se investigar a influência de fatores linguísticos e extralinguísticos na ocorrência do apagamento e/ou manutenção da vogal átona final de sílaba. Para tal, foi coletada a fala de vinte e quatro informantes da cidade de Picos, distribuídos de acordo com as variáveis: escolaridade, idade, origem e sexo. Foram utilizados, como instrumental de coleta de dados, questionários e um gravador. Partiu-se de uma abordagem sociolinguística, apoiada, principalmente, na Teoria Variacionista de Labov (2008). Além da análise sociolinguística, foi realizado um estudo fonético dos dados. Os resultados apontaram que as mulheres tendem a manter a vogal átona, enquanto os homens estão mais abertos às inovações linguísticas. No que tange à escolaridade, os universitários apagam menos a vogal átona final. O fator idade mostrou que os mais jovens são mais abertos a mudanças. A origem foi o fator que mais chamou a atenção nessa pesquisa, uma vez que o resultado apontou o contrário do que muitas pesquisas sociolinguísticas mostram, em outros Estados. Neste trabalho, os falantes da zona rural e não os da zona urbana foram os que apagaram menos a vogal átona, ao contrário do que era esperado. Essa diferença não foi tão expressiva nos casos em que aconteceu a manutenção. Embora não se possa ainda afirmar como definitivo o resultado do estudo acerca do apagamento e/ou manutenção da vogal átona final, a pesquisa constatou, com forte indicação, que o apagamento e/ou manutenção da vogal átona final na fala de piauienses constitui-se como uma variável dialetal regional. |